quinta-feira, 22 de março de 2007

Oedo Onsen

Antes de mais há que tirar a dúvida da imagem deixada para divinhar, no último post.
Aquilo é um secador de mãos, daqueles que bufam ar quente, tão a ver? Pois, só que lá têm aquele aspecto suspeito :P
Tava eu no quarto de banho a abanar as mãos para elas secarem, quando vejo alguém enfiar as mãos naquela coisa. Prontos, aquilo sopra ar quente dos 2 lados. Ao menos, as mãos ficam completamente sequinhas. Mas faz muita impressão a pressão do ar. Depois, claro, esperei que não estivesse lá ninguém para tirar o raio da foto.... realmente, as figuras que um gajo faz para poder contar as histórias depois!

As onsen são nascentes de àgua quente, bastante apreciadas pelos japoneses, como já expliquei noutro post.
Encontram-se espalhadas pelo país fora, mas a grande concentração encontra-se à volta do monte Fuji. Só que, para aquelas bandas, os acessos são muito básicos e ou se conhece muito bem e se vai de carro ou então numa excursão.
Por isso, eu fui a uma em Tóquio. Só que lá é uma nascente artificial, mas não faz mal.

A Oedo Onsen fica em Odaiba, a baía de Tóquio. Recomendo irem ver o site.
Vai-se de monorail (aqueles comboínhos sem condutor) ou de barco. Como fiquei fã do sítio, fui das 2 formas.


Quando fui de barco, via-se o edifício de uma televisão, já não me lembro qual, que tem uma história muito engraçada. Tinha feito no ano anterior uma 'tour' a Tóquio e lá pelo meio explicavam as curiosidades.

Tão a ver aqueles espaços entre as várias pontes do edifício? Sim? Pois, aquilo tem uma lógica muito específica. Não, não é só pa
ra o estilo. Parece que, antigamente, passavam naquela zona dragões! E, por isso, o arquitecto teve a preocupação de pensar "e se eles voltarem?"... pois, não se podem esbarrar, então. Deixou aquelas aberturas param eles poderem passar!!!!!!... muito bom :)

Voltando à onsen. Cá fora, está-se rodeado de arranha-céus e viadutos e depois lá dentro é outro mundo, até outra época. Ah, ao lado da onsen também existe uma para cães! Ena.

Mal se entra temos que nos descalçar e deixar os sapatos num cacifo. A fita do costume.
Depois, escolhemos a duração da "estadia": pode-se ficar o dia to
do (das 11h às 08h do dia seguinte), só de manhã, só de noite, a partir das 18h (é metade mais barato, por isso fica cheio), a partir das 02h da manhã.
Pedem que se retire qualquer peça de joelharia e, quem tiver tatuagens não pode entrar. Os yakuza têm sempre tatuagens, assim é uma forma simples de evitar confusões.

Dão-nos uma fita de pôr ao
pescoço com um código de barras. De seguida, vai-se ao balcão dos yukata (fino quimono) e escolhe-se um (incluído no preço). São bem giros e há uma grande variedade. Dão-nos também uma toalha grande e uma pequena.

Passa-se para a zona dos cacifos. Bonitos, mais uma vez.
Larga-se lá a mochila e assim. Tem que se andar completamente descalço a partir daí. Dão-nos uma bolsinha para pôr o essencial. E não se pode levar mais nada, além das toalhas, claro. Ah, e por baixo do yukata, nada de roupa interior! É muito estranho ter que andar de "robe" sem mais nada no meio de uma data de gente...

Atravessa-se a "praça", que está decorada à maneira feu
dal, com lojas, restaurantes, diversões de feira. Os empregados estão vestidos também à maneira. Está muito engraçado.

Depois de dada a voltinha, pode-se ir para as massagens - separado quanto aos sexos, mas é engraçado que em ambos os lados são velhotas que fazem as ditas massagens. Excepto nas massagens com esguichos de água :) não percebi lá muito bem o que era, mas aí era uma senhora nova. Embora, qualquer uma das massagens fosse extremamente cara. Dava para espreitar, mas não experimentar.

Ou então vai-se para a zona dos banhos. Existe ao ar livre também e, aí é misto mas é obrigatório manter o yukata, por isso só se molham as pernas.
Dentro, é separado por sexos. Passa-se para outra zona de cacifos, onde se deixa tudo menos a toalha pequena. Entra-se na grande sala dos banhos, finalmente! Eu e as colegas com ia pusemos a dita toalhita a tentar taparnos...p
ois. Não dá. Tem que se andar em pelote!!! Para nós foi um bocado bicudo, apesar de só lá haver mulheres.... mas andar nua em frente a tanta gente? Meu deus, que cena. Tavam as velhotas todas a rir-se de sermos púdicas...
Que filme -_-;
De resto, uma pessoa fica extremamente relaxada. Fica-se ali um fim de tarde na conversa... Vai-se trincar qualquer coisa e volta-se. Há stands que nos lêem a mão, para lançar dardos, para pescar prémios, essas coisas.


Tem-se que tomar um duche à japonesa, lá naqueles banquinhos (ver post salas de banho). Depois de lavadinhos, podemo-nos deslizar para dentro de um dos tanques com àgua a 38º. Muuuuuuuito bom. Há uns baldes de madeira gigantes que são só para uma pessoa, se se quiser estar só. A toalha pequena é para encharcar de àgua e pôr na cabeça ou alguma parte do corpo que esteja ao frio.

Sempre que se efectua uma compra, quer nas lojas, quer nos restaurantes, passa-se o dito código de barras. No fim, já à saída, paga-se tudo.

Valeu a pena. Voltei lá umas 3 vezes.











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