quinta-feira, 15 de março de 2007

Belos cacifos

Pois é, hoje vou falar de cacifos. Porquê?


Ora, porque os cacifos das estações dos nossos amigos japoneses têm pinta! Até passam meio despercebidos e não são aquela coisa feia a que nós estamos habituados.


... Tão a ver a figura que um gajo faz? Tirar fotos a cacifos numa estação... Mas só contado não chegava!

Mandam pinta, não mandam?

Além de que ao lado de cada bloco de cacifos há uma máquina para trocar notas em moedas. Muito útil! Um gajo tem sempre desses problemas nessas alturas... como é que só os japoneses é que se lembraram disso? Eu não sei, mas admiro-os. Tudo funciona. E dá jeito.


Já para não falar dos cacifo-guarda-chuva! Esses têm piada :)

Vai-se
a um restaurante e deixa-se fora (tapado com um telhadinho) o guarda-chuva no cacifo-guarda-chuva fechado à chave.

Esta é a estação central de Quioto - não dá para ver direito, se calhar, mas é enormíssima tanto em altura como em largura e profundidade: subir aquelas escadas rolantes não é para quem tem medo das alturas (como eu), pois são extremamente inclinadas; além das lojas da estação se estenderem pela praça fora mas na cave - aquilo nunca mais acaba!!!

Realmente eles são óptimos a re-utilizar espaço, visto terem tão pouco. Tão a ver aquelas formas arredondadas escuras? Isso é o 2º andar a que se acede de escadas rolantes. Aquilo tem 5 andares!!! E lá em cima tem uns banquinhos ao ar livre e restaurantes.
O resto do edifício maravilha está cheio de lojas e empresas. Muito simpático, mas é estranho andar num prédio e de repente anda-se ao ar livre naquelas alturas e depois já parece outra vez que estamos dentro de um shopping ou de um centro de negócios...
Cá fora, na dita praça é a central de autocarros e esta é uma das tabuletas com indicações. Muito fixe, o Astro Boy ali para nos ajudar :)

Para quem não sabe, o Astro Boy é uma personagem muita querida dos japoneses pois o seu autor é considerado o deus do manga (bd japonesa): Osamu Tezuka produziu mais de 1500 obras que abordam todos os temas possíveis, além de ter sido ele a inventar a característica "universal" aos mangas - os olhos grandes. Mas falarei dele mais especificamente noutra altura.


Todo o tipo de informações/indicações está sempre escrito em japonês, inglês e coreano. Ajuda!


E que acham deste caderno que comprei? Tem um engrish fantástico :P

Voltando aos cacifo-guarda-chuva, não acho que seja necessária a chave lá com aquele pessoal...

Quando lá fui a 1ª vez, o meu pai foi comigo 1 semanita para ver onde me largava exactamente do outro lado do mundo e o meu japonês não era fantástico, depois de uma longa viagem de 13 horas de avião e mais 3 de "shinkansen" (=TGV), eis senão quando reparámos que nos tínhamos esquecido da máquina fotográfica no dito shinkansen!!! A máquina fotográfica! Era digital, novinha... enfim, tão a ver o filme. E estavamos numa terra no meio de nada, pois era para lá que eu ía, onde ninguém sonhava em falar inglês! Pois, o stress!

Depois de várias horas a tentar explicar a situação e de alguns telefonemas, um senhor escreveu num papel ao meu pai "a secção dos perdidos e achados" em japonês e disse-lhe para no dia seguinte de manhã se dirigir a Nagoya, que era a cidade grande mais perto.

O meu pai, que nada sabia de japonês, lá foi, sempre perguntado pelo sítio apontado no papelito. Não é que os gajos tinham lá a máquina fotográfica à espera dele? Alguém tinha reparado e entregou ao condutor do shinkansen! Imaginem! Foram todos muitos simpáticos e prestáveis. Em várias ocasiões, aliás...

Depois em Quioto, é que reparei nos ditos centros de perdidos e achados... meu deus! Parecia uma autêntica agência de viagens - tudo organizadíssimo, computadores, meninas com o seu uniforme à maneira e chapelito e um balcão com um tamanho parvo! Ali , guardam de tudo! Até lenços. E as pessoas vão buscar. Gostei muito. Uma pessoa sente-se segura lá. Pois é.

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