quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Gomenne

Estive a semana toda muito doente e não houve hipótese de escrever.

Para compensar um pouco, deixo-vos as fotos que tirei à zona da Bd das livrarias em que entrei.

É preciso que se note que os mangas lá são sempre a 100 yen (= 0,70€), que festa!

... claro, também só estão em japonês...



Não deixa de dar vontade de comprar uma data deles :P


quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Kampai!


'Kampai' quer dizer 'saúde', 'à nossa'... beber uns copos, portanto.

Como devem saber, a principal bebida com álcool dos japoneses é o sake. O sake é feito de água (80%) e arroz. Quem diria que isso dá uma bebida alcoólica, não é?

Claro que, como os nossos vinhos, existem muitos tipos e variedades. Tanto se bebe quente como gelado, conforme o tipo, precisamente. Mas antes disso, há que falar da etiqu
eta :)

Quando se vai
tomar um copo com os colegas e o chefe, deve-se sempre servir primeiro o chefe (ou quem tiver o cargo mais alto). Nunca somos nós mesmos a servirmo-nos, temos que esperar que algum colega nos sirva. Claro, que sendo chefe não deve haver quem falte em cair nas suas boas graças, não é?

Por outro lado, também não nos podemos vir embora antes do chefe sair - é muito mal educado! Ou seja, se sua excelência quiser estar até às tantas e nós não, tamos feitos ó bife, basicamente.... é assim, não há volta a dar-lhe!

Além de que nos restaurantes, regra geral, bebe-se o sake nums copos quadrados largos de madeira... não dá jeito nenhum :(

Mas o sake não é só usado para beber... ah, pois não!


Muito sake é posto à entrada dos templos (muito mesmo) como oferenda aos
deuses.

No fundo, como não existe nenhuma religião do estado e, os monges/padres não têm rendimento o que acontece é que as empresas de sake "patrocinam" os templos como uma óptima forma de publicidade e, ao mesmo tempo os padres sobrevivem disso para manter os templos em ordem.

Mas mais surpreendente é que o sake é utilizado para fazer perfumes, loções, vinagre (usado na preparação de sushi), cosméticos... Incrível! Já imaginaram o que seriam cosméticos feitos com vinho? :P



terça-feira, 13 de novembro de 2007

O-Benkyou suru


Hoje tenho que estudar, por isso não há post.

Btw, benkyou suru = estudar, o "O" antes do verbo implica respeito para quem se está a falar.

Deixo-vos contemplar um cinema simpático, que aprecia o grande Osamu Tezuka (Astro Boy), dentro da estação de Quioto.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Tonari no Totoro


Já devem ter reparado que eu adoooooooooooooro o Totoro, não é? E perguntarão alguns de vocês "e que caraças é o Totoro"?

No Japão, um Totoro é uma das muitas espécies de espíritos das florestas. Este, mais especificamente, aparece num filme muito antigo do estúdio Ghibli (Princesa Mononoke, Chihiro). No fundo, é uma história para crianças. Mas não deixa de me derreter a cada vez que o vejo ^^

A história é sobre uma família que se muda para o campo. A mãe está internada no hospital enquanto o pai trabalha em casa e as 2 filhas (pequenas) exploram a nova terra.

É nessa exploração que se deparam com Totoros! Seres fofinhos, que comem bolotas e que se podem tornar invisíveis. Misteriosos, também. Claro que não vos vou contar a trama do filme, senão lá se vai a maravilha toda. Só vendo mesmo.

Ah! Também há outras criaturas bem engraçadas :P só mesmo os japoneses para inventarem tal :) Claro, eu sou suspeita a dizer isto, pois.

Toda a gente gosta do filme, regra geral. Eu adorei a personagem. E, apesar, de ser uma história para crianças no Japão, toda a gente lá o conhece. No museu Ghibli, que fui visitar a Mitaka, lá está ele na bilheteira para nos receber :)





sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Escolha KitKat

Cada vez gosto mais dos japoneses, definitivamente.

Andava eu nos meandros do e-bay, desastroso leilão para a carteira do comum dos mortais, e eis senão quando descubro que até KitKats feitos no Japão lá se vende! Incrível, não é?


Mais incrível é que, incondicional apaixonada pelo Japão que mim ser, resolvi experimentar a coisa e, mandei vir KitKats de lá. E porquê?

Porque eles têm uma escolha parva de sabores, como em tudo o resto, by the way.

Têm mini KitKats de amora, de meloa, de batido de matcha (o puro chá verde japonês usado na cerimónia do chá), de castanhas, de chá, de cereja até! Não acham que é impecável?

Claro, não são só os KitKat que
têm variedade.

Eles têm uma marca que faz aqueles biscoitos que cá se chamam Mikado (marca Lu), tã
o a ver?


Lá é a marca Pocky, até se vê muita pub
licidade a eles nos animés "Onegai! Teacher" e "Onegai! Twins".

Os Pocky normais são os de chocolate. Depois há os Men's Pocky que são de chocolate negro, mas também há os de matcha ou os de to
mate... a variedade é mesmo muita, pessoal!

Já para não falar do MacDonald's.
Cheguei eu certa vez a um Mac, pedi um menu catita de yakitori (frango grelhado com molho doce) quando me perguntam qual o sabor para as batatas fritas.... sabor? porquê? que sabor podem ter as batatas?
Lá está: sabor a queijo, a picante, a presunto, a wasabi (a picantíssima mostarda verde deles), a caril .... eram uns 15 sabores diferentes!!! Só o tempo que demorei na altura a ler aquilo tudo e ainda ter que escolher... que fita :P

Quando já conhecia melhor a cidade, resolvi experimentar uma cadeia deles tipo Mac, a Mos Burger. Excelente!!! Adorei!

Experimentem misturar o melhor da comida japonesa e pô-la em pão de hambúrguer com as suas belas sementes de sésamo ou até em pão de bagel....miam.

Vão só ver o site deles, tem cá uma pinta! Só a apresentação das sobremesas deles...
e não é só show-off, aquilo é mesmo assim bonitinho e muita bom!

Olha a gulosa a falar :P





segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Qual a data de hoje mesmo??

Falemos em datas...
Para falar ou escrever as datas em japonês, a sequência é: ano, mês, dia e dia da semana.
2007817日金曜日 =
2007-nen 8-gatsu 17-nichi kin-youbi =
ano 2007 , mês 8, dia 17, 6ª feira.
Mas às vezes usam o sistema americano, só para baralhar um gajo, prontos.
É preciso saber!!!
Imaginem o meu espanto quando vejo que todos os talões de banco me dizem que estava no dia 16, quando lá estive 3 meses???? Não percebi nada...
Até que me lembrei dessa situação:
Na maioria dos casos (talões de multibanco, recibos das lojas, bilhetes de metro...), o ano indicado não é o nosso (2007) pois eles não são cristãos “de raíz” e, portanto, que lhes interessa contar os anos a partir de Cristo?
Os japoneses contam os anos conforme a época/era de cada imperador:
(nosso ano e nome da época japonesa)
645 大化 Taika; 650 白雉 Hakuchi; 686 朱鳥 Hakuho; 701 大宝 Taihou; 704 慶雲 Keiun; 708 和銅 Wadou; 715 霊亀 Reiki; 717 養老 Yourou; 724 神亀 Shinki; 729 天平 Tenpyou; 749 天平感宝 Tenpyou-kanpou; 749 天平勝宝 Tenpyou-shouhou; 757 天平宝字 Tenpyou-houji; 765 天平神護 Tenpyou-jingo; 767 神護景雲 Jingo-keiun; 770 宝亀 Houki; 781 天応 Ten'ou; 782 延暦 Enryaku; 806 大同 Daidou; 810 弘仁 Kounin; 824 天長 Tenchou; 834 承和 Shouwa; 848 嘉祥 Kajou; 851 仁寿 Ninju; 854 斉衡 Saikou; 857 天安 Tennan; 859 貞観 Jougan; 877元慶 Genkei; 885 仁和 Ninna; 889 寛平 Kanpyou; 898 昌泰 Shoutai; 901 延喜 Engi; 923 延長 Enchou; 931 承平 Shouhei; 938 天慶 Tengyou; 947 天暦 Tenryaku; 957 天徳 Tentoku; 961 応和 Ouwa; 964 康保 Kouhou; 968 安和 Anna; 970 天禄 Tenroku; 973 天延 Ten'en; 976 貞元 Jougen; 978 天元 Tengen; 983 永観 Eikan; 985 寛和 Kanna; 987 永延 Eien; 988 永祚 Eiso; 990 正暦 Shouryaku; 995 長徳 Choutoku; 999 長保 Chouhou; 1004 寛弘 Kankou; 1012 長和 Chouwa; 1017 寛仁 Kannin; 1021 治安 Jian; 1024 万寿 Manju; 1028 長元 Chougen; 1037 長暦 Chouryaku; 1040 長久 Choukyuu; 1044 寛徳 Kantoku; 1046 永承 Eishou; 1053 天喜 Tengi; 1058 康平 Kouhei; 1065 治暦 Jiryaku; 1069 延久 Enkyuu; 1074 承保 Jouhou; 1077 承暦 Shouryaku; 1081 永保 Eihou; 1084 応徳 Outoku; 1087 寛治 Kanji; 1094 嘉保 Kahou; 1096 永長 Eichou; 1097 承徳 Joutoku; 1099 康和 Kouwa; 1104 長治 Chouji; 1106 嘉承 Kajou; 1108 天仁 Tennin; 1110 天永 Ten'ei; 1113 永久 Eikyuu; 1118 元永 Gen'ei; 1120 保安 Houan; 1124 天治 Tenji; 1126 大治 Daiji; 1131 天承 Tenshou; 1132 長承 Choushou; 1135 保延 Houen; 1141 永治 Eiji; 1142 康治 Kouji; 1144 天養 Ten'you; 1145 久安 Kyuuan; 1151 仁平 Ninpei; 1154 久寿 Kyuuju; 1156 保元 Hougen; 1159 平治 Heiji; 1160 永暦 Eiryaku; 1161 応保 Ouhou; 1163 長寛 Choukan; 1165 永万 Eiman; 1166 仁安 Ninnan; 1169 嘉応 Kaou; 1171 承安 Shouan; 1175 安元 Angen; 1177 治承 Jishou; 1181 養和 Youwa; 1182 寿永 Juei; 1184 元暦 Genryaku; 1185 文治 Bunji; 1190 建久 Kenkyuu; 1199 正治 Shouji; 1201 建仁 Kennin; 1204 元久 Genkyuu; 1206 建永 Ken'ei; 1207 承元 Jougen; 1211 建暦 Kenryaku; 1213 建保 Kempou; 1219 承久 Joukyuu; 1222 貞応 Jouou; 1224 元仁 Gennin; 1225 嘉禄 Karoku; 1227 安貞 Antei; 1229 寛喜 Kanki; 1232 貞永 Jouei; 1233 天福 Tenpuku; 1234 文暦 Benryaku; 1235 嘉禎 Katei; 1238 暦仁 Ryakunin; 1239 延応 En'ou; 1240 仁治 Ninji; 1243 寛元 Kangen; 1247 宝治 Houji; 1249 建長 Kenchou; 1256 康元 Kougen; 1257 正嘉 Shouka; 1259 正元 Shougen; 1260 文応 Bun'ou; 1261 弘長 Kouchou; 1264 文永 Bun'ei; 1275 建治 Kenji; 1278 弘安 Kouan; 1288 正応 Shouou; 1293 永仁 Einin; 1299 正安 Shouan; 1302 乾元 Kengen; 1303 嘉元 Kagen; 1306 徳治 Tokuji; 1308 延慶 Enkyou; 1311 応長 Ouchou; 1312 正和 Shouwa; 1317 文保 Bunpou; 1319 元応 Gen'ou; 1321 元亨 Genkou; 1324 正中 Shouchuu; 1326 嘉暦 Karyaku; 1329 元徳 Gentoku; 1331 元弘 Genkou; 1334 建武 Kenmu; 1336 延元 Engen; 1340 興国 Koukoku; 1346 正平 Shouhei; 1370 建徳 Kentoku; 1372 文中 Bunchuu; 1375 天授 Tenju; 1381 弘和 Kouwa; 1384 元中 Genchuu; 1390 明徳 Meitoku; 1394 応永 Ouei; 1428 正長 Shouchou; 1429 永享 Eikyou; 1441 嘉吉 Kakitsu; 1444 文安 Bunnan; 1449 宝徳 Houtoku; 1452 享徳 Kyoutoku; 1455 康正 Koushou; 1457 長禄 Chouroku; 1460 寛正 Kanshou; 1466 文正 Bunshou; 1467 応仁 Ounin; 1469 文明 Bunmei; 1487 長享 Choukyou; 1489 延徳 Entoku; 1492 明応 Meiou; 1501 文亀 Bunki; 1504 永正 Eishou; 1521 大永 Daiei; 1528 享禄 Kyouroku; 1532 天文 Tenmon; 1555 弘治 Kouji; 1558 永禄 Eiroku; 1570 元亀 Genki; 1573 天正 Tenshou; 1592 文禄 Bunroku; 1596 慶長 Keichou; 1615 元和 Genna; 1624 寛永 Kan'ei; 1644 正保 Shouhou; 1648 慶安 Keian; 1652 承応 Jouou; 1655 明暦 Meireki; 1658 万治 Manji; 1661 寛文 Kanbun; 1673 Enpou; 1681 天和 Tenna; 1684 貞享 Joukyou; 1688 元禄 Genroku; 1704 宝永 Houei; 1711 正徳 Shoutoku; 1716 享保 Kyouhou; 1736 元文 Genbun; 1741 寛保 Kanpou; 1744 延享 Enkyou; 1748 寛延 Kan'en; 1751 宝暦 Houreki; 1764 明和 Meiwa; 1772 安永 An'ei; 1781 天明 Tenmei; 1789 寛政 Kansei; 1801 享和 Kyouwa; 1804 文化 Bunka; 1818 文政 Bunsei; 1830 天保 Tenpou; 1844 弘化 Kouka; 1848 嘉永 Kaei; 1854 安政 Ansei; 1860 万延 Man'en; 1861 文久 Bunkyuu; 1864 元治 Genji; 1865 慶応 Keiou; 1868 明治 Meiji; 1912 大正 Taishou; 1926 昭和 Shouwa; 1989 平成 Heisei.
Resumindo, neste momento, estamos no ano 19 da época Heisei.
Vêm aqui neste bilhete de metro, ali do lado esquerdo o dito ano 16? Quando se vê uma data 16-5-23, um gajo fica um bocado baralhado, não é?
E há que não esquecer a bolsinha em que se guarda o dito bilhete de metro ^^ são uns queridos, eles :) pensam em tudo.
Já para não falar do autocarro que nos leva ao museu do Studio Ghibli (Totoro, Mononoke Hime, Chihiro...), olhem só que giro!





segunda-feira, 16 de julho de 2007

Okaerinasai!

Imensa desculpa por me ter ausentado de escrever! Mas quando o trabalho aperta, não há mesmo tempo para mais nada! Hoje continuarei com as minhas aventuras nipónicas! (à tarde)

Espero não ter perdido os meus fiéis leitores com esta grande ausência da minha parte....


Ja mata ne! (até já)

quarta-feira, 16 de maio de 2007

O-miyage

Desculpem isto andar meio parado, mas falta de inspiração é o que dá... quando tiver que estudar para os exames, vão ver que vou inchar de inspiração :P

Mas vamos ao que interessa.
O-miyage são lembranças, ou souvenirs, e os japoneses são excelentes nesse ramo! Para não variar...

Estas 3 à esquerda são porta-cartões de crédito/débito. Bem giros. E o 1º até traz uma lupa em forma do cartão. Excelente, para quem tem que andar sempre atrás dos óculos de leitura!
O último até almofado é.
Têm que concordar que tem aspecto japonês e que é bem prático nos dias de hoje.


Além de que, em qualquer loja, dão-nos sempre, junto com o saquinho, uma embalagem com forma de prenda para cada artigo que se compra, com a medida aproximada para cada um deles. Bem fixe. São sempre giras e com símbolos típicos.
Nem nos perguntam se queremos o dito papel de embrulho.
A mim, deu-me bem jeito, visto que trouxe
o-miyage pró pessoal :) Pintarola!

Depois dos porta-cartões e dos clássicos porta-batons, vêm os porta-palitos!!

Pois é! Aqueles gajos pensam em tudo, definitivamente. Muito elegante e uma
lembrança bem original, não acham?

E depois ainda há os porta-moedas de sapinho: dá sorte, o gajo.

Têm é uma maneira marada de abrir: o sapinho tá agarrado a um botão, daqueles de metal, que se desprende e depois passa por cima de uma espécie de clips que mantêm aquele aspecto de guardanapo e, só aí é que tá aberto o dito porta-moedas.
Complicado. Mas giro. Um desafio faz sempre bem à carteira :P


Além das coisas elegantes também trouxe "armas". Ah, pois!
Trouxe shurikens, que são bem pesadotes, e abre-cartas em forma de katana (espada de samurai).


Mais uma vez, é uma ideia simpática.

À esquerda, como veêm, é uma caixa para óculos bem gira decorada à japonesa. Desculpem tar a abusar do "giro", mas tem que ser :P


À direita tá um mini buda em porta-chaves. Até as cenas religiosas conseguem pô-las queridas.

Na 2ª linha, à esquerda, em fundo vermelho, tão a ver? É um clip. Um CLIP!!! Quem pensaria em adornar um clip e pô-lo bonito??? Só eles, pois. Uma prenda simples, prática, gira, original. E depois surpreendem-se que eu adore os japoneses? Japan rules!!! :P

Na mesma linha, no meio, aquelas 3 coisas são marcadores de livros em forma de uma folha japonesa. Esse, eu tive mesmo que ler o que dizia no preço pa entender o que era. Giro, ok, mas para que serve? Prontos.

No lado esquerdo, é pura e simplesmente um saco de papel... mas com a personagem principal do animé "Mahoromatic". Pois é, os gajos até sacos vendem com pinta!!
Em baixo, são duas miniaturas que trouxe para mim:
Do lado esquerdo, é um Torii (portão gigantesco que se encontra sempre à entrada dos templos para impedir os demónios e maus espíritos de lá entrar). Assim tou protegida desses gajos :P
O último é um mini templo, mesmo. Quis trazer um mini Japão atrás. Não consigo mostrar tudo num só post, mas já ficam com uma ideia da coisa. E da minha casa lol.

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Truz, truz. Zás trás. Catrapum!

Hoje vou falar de onomatopeias. Pois é. E porque raio? Porque os japoneses têm umas fantásticas!!!! Há coisas que eu nem sabia que faziam barulho. Mas eles descobriram!

É que nós usamos as onomatopeias
para sons que, efectivamente, se produzem, não é? Eles, além dos "tradicionais" guinchos de animais, sons de portas, sons de fenómenos naturais, também têm sons de comportamento e de estados de espírito, por exemplo...

Por exemplo, quando dizemos "rir em bandeiras despregadas" ou "rir até não aguentar mais", os japoneses dizem "rir em gelah-gelah
" (lê-se 'gue-rá'x2)... que é suposto representar o som de alguém a rir-se.

'Hohoho' é o som de uma senhora, ver dama, a soltar um risinho... o pai natal perdeu o direito, parece.

E 'huhuhu'? Esta é gira: é quando alguém sabe uma coisa que tu não sabes. É, dá para lá chegar.

(Quanto às seguintes, não se esqueçam que para os japoneses a última sílaba é sempre a mais forte)

Aqui temos uma série delas engraçadas:


1- 'pohki' ou o som de um ramo a partir-se.


2- 'nyuru nyuru' ou o som que uma substância cremosa faz ao sair da embalagem :)




3- o gato mia 'nyaa nyaa' mas o gato bébé já faz
'myaa myaa'


4- 'nami nami' - trata-se de um copo de sake e o som é para quando algo está a transbordar

5- penso que as vaquinhas não precisam de explicação :)


6- o clic da máquina fotográfica faz 'kasha'

7- 'kuru kuru' para todos os objectos que rodam ou então para um esquilo engaiolado :P



8- 'kusha kusha' para o som de uma folha de papel amachucada


9- 'kasa kasa' (lê-se 'cassá'x2) é muito poético: o sussurrar das folhas mortas a serem arrastadas :P


10- 'suya suya' para o sono angélico da inocência, real ou imaginário



11- 'nebah nebah' ou o som de natou (favas de soja fermentadas) a espumarem a sua viscosidade

12- o gongo do sino do templo. À meia-noite, no ano novo, toca-se 108 badaladas.

13- 'ghiza ghiza' para tudo o que serra ou que tenha arestas


14- 'gatsu gatsu' para o som de sugar a comida. Sim, porque lá isso mostra que gostamos. Ou então, em sentido figurativo, para sugar
dinheiro.



15- 'gyuu gyuu' para o som do empurrador a trabalhar. Lá existe essa profissão :) é para empurrar o pessoal para dentro dos metros, para caber o máximo possível... é um stress, digo-vos...



16- 'do dohh' para uma cascata ou um tufão




17- 'choki choki' para o ruído da tesoura ou para as pinças de um caranguejo



18- os cães fazem 'wan wan', mas os cahorrinhos fazem 'kyan kyan' :P





19- 'chilin chilin' (ler 'tchirin'x2), o tilintar dos espanta-espíritos, ou furin, com a brisa do vento






20- o mais giro de todos: 'dabu dabu' ou o som de trazer roupa que nos fica muito grande

21- ou ainda 'guu guu' para o som de uma pessoa profundamente adormecida


Devido à forma como os japoneses sentem as coisas, este tipo de vocabulário desenvolveu-se até uma certa intensidade excessiva, pois eles priviligiam fortemente a maneira como as coisas e os sons os afectam.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Sinais dos tempos

Com sinais quero eu dizer os emblemas das lojas, tão a ver?

Embora hoje em dia sejam as marcas que estão afixadas nas lojas, dantes bastava o símbolo do tipo de loja - como um pente para representar um barbeiro ou cabeleireiro.

Os primeiros sinais de indicação de comércio eram os seguintes:

Do lado esquerdo, na primeira linha é a indicação de uma loja de pinceis, mais especificamente para os japoneses, artigos para a caligrafia.

Ao seu lado direito, temos o sinal para o comerciante de guarda-ch
uvas.

Abaixo dos pinceis, diriam vocês que era o chaveiro ou 'mister minuit', como eles se chamam agora... Tá mal!
É o serralheiro, prontos.

Abaixo do serralheiro, está o "peruqueiro"!!! Não o cabeleireiro, mas sim o comerciante de perucas, mesmo. Que engraçado.


Ao seu lado, o sinal indica o atelier do talhante de pedra. E porquê este sinal assim? Porque as tradicionais lâmpadas de jardim japonesa
s são feitas de pedra e têm aquela forma precisamente. E depois punha-se lá dentro uma vela.

O sinal à esquerda do talhante é do ca
rpinteiro.

Hoje em dia, estes sinais, foram conservados no Instituto Nacional de Literatura japonesa.

Não sei se repararam, mas todos eles têm uma espécie de argola por cima... sim?
A argola servia para os dependurar pois eram colocados durante a abertura da loja e retirados assim que fechasse.

Esses sinais eram chamados os "kanban", mas com o passar do tempo essa palavra passou a querer dizer "vamos fechar!".


Depois da madeira, passou-se a usar os sinais de metal. Então, aqui ao meu lado temos um capitão que faz publicidade a uns rebuçados para o hálito, vá-se lá saber porquê :P


Abaixo, é o emblema para uma loja de meias "tabi" - são as meias, que tradicionalmente, se us
am com o quimono e que dividem o dedo grande dos outros, como muitas sandálias de hoje. E o bonequinho representativo é um símbolo de sorte por aquelas bandas.

Em 3º lugar, é uma loja que vende serpentinas de incenso contra os mosquitos. Agora, o porquê do galo lá, não sei.

O monte Fuji tem ao seu lado um bulldog dentro de um círculo, não é? Pois, "Bulldog" é uma marca de molho à inglesa, que se costuma pôr por cima do tonkatsu ou de okonomiyaki (a explicação das comidas fá-la-ei mais tarde).
Ainda dentro, por cima diz "o aroma o mais detectável do Japão" e em baixo "Bulldog sauce".


O sinal com uma malga vermelha com tampa faz referência a um dos condimentos mais utilizados na cozinha japonesa, o ajinomoto que, entre outras coisas, tem como ingrediente o miso. Daí, a malga, porque a sopa miso é aí comida.


E, por último, o barril da soja. É. Antigamente ía-se à merceeiro pedir molho de soja, que ele tirava do barril.

Mais recentes, temos agora uns mais 'kitch'. Em 1º, o dragão que assinala o bar de ramen. De seguida, um comerciante de torneiras. Em 3º, uma cara...hã?...Pois, é camisas! Eu nunca lá chegaria! E, por último, o piano. Mas não é um vendedor de pianos, não se deixem enganar! É um transportador de pianos. Nuance ~

Aqui à direita, era um restaurante (caríssimio) de fugu ou peixe-balão. O polémico fugu. É aquele peixe que tem veneno e só se for muito bem cozinhado de uma forma muito específica é que não morremos. Por isso, só cozinheiros com experiência é que o cozinham, daí o preço elevado.


O porquinho que aqui vêm é só para enganar! O gajo! Era uma loja de roupa, pura e simplesmente. Pelo menos, é original ter um porquinho à entrada. Cheguei a ver noutra loja 2 porquinhos assim à entrada, mas não reparei se teria o mesmo nome. Faria sentido, digo eu.

E, para acabar, queria-vos deixar um em que aposto só as mulheres vão adivinhar à 1ª!

Pois, é que o boneco só por si não representa nada.

São as letras que lá aparecem e o padrão de símbolos. É uma loja da marca Louis Vuitton. Para quem não sabe, é uma marca de carteiras e afins extremamente caras que toda a madame e quase todas as mulheres desejam ter.

Digo "quase" porque a mim não me fascinam as carteiras e, como tal deve haver mais gente por aí assim. Digo eu.

Mas, para tirar as teimas, entrei numa loja lá. Só para ver. E, realmente, tratam-nos muito bem. Ainda mais bem do que é normal lá.
Pois... e um puto dum porta-chaves custa 100€.
Tá certo.
Mas o boneco tá giro.


quinta-feira, 12 de abril de 2007

Cuidado com os veados!!

Tiveram boas férias? Pois, eu também.

Voltando aos veados...

Tinha eu dito que quando fui a Nara ver o grande Buda encontrei uma data de veados lá à solta, pois eles são os mensageiros dos deuses. É montes de engraçado :)

Eles até deixam fazer festinhas e tudo. Mas há um senão. Que até tem a sua piada.


O guia explicou-nos que devíamos
ter as carteiras, mochilas, bolsos, etc, tudo muito bem fechadinho porque os veados já estão à espera que a gente lhes dê biscoitos e, então começam a trincar tudo o que esteja a jeito - houve já quem tenha ficado com o passaporte comido!! É muito chato, realmente...
Há lá barraq
uinhas de biscoitos para veado, tipo hóstias.

Já para não falar das
"prendinhas" que os veados deixam pelo caminho... :P

Estão a ver no templo, uma janela um pouco elevada do telhado?
Em dias de grande afluência, abre-se as portadas e, assim as pessoas que estejam em fila para ir ao templo, podem ver de longe
o grande Buda... engenhoso, pois.

Outra coisa que hão-de reparar nos templos, é que no telhado superior, em cada ponta, encontram-se 2 caudas douradas: trata-se de caudas de peixes.

Porquê?
Ora, porque o elemento dos peixes é água, certo? Por isso, tendo a cabeça do peixe a espreitar para dentro do templo e a cauda a espreitar para fora, quer dizer que o templo (sempre feitos de madeira) fica protegido contra os incêndios!
Pois é! Esta não sabiam! Também fiquei parva com a explicação, na altura...

Além de que este templo especificamente, já sofreu um incêndio e teve de ser reconstruído... Cá para mim, os peixes andavam distraídos :P

Esta miniatura representa o templo que ardeu. Dá para ver bem as ditas caudas no topo.


Agora, falta só falar
do "buraco da felicidade"! Pois é.
Não pense já coisas malandras, que aquilo chama-se mesmo assim.

Uma das colunas,
dentro do templo, tem um buraco que a atravessa de um lado ao outro. Diz-se que quem a atravessar vai encontrar a felicidade.
Só há um pequeno problema... o buraco é tão pequeno que só lá passam crianças. Por isso, nada de felicidade para os adultos!

É preciso saber estas coisas!






quarta-feira, 4 de abril de 2007

Veados e Páscoa

Mais uma vez desculpem, mas tem sido uma correria e não tenho tido tempo para escrever...

e ainda tenho montes para contar, trust me! Hoje vou de férias, por isso boa Páscoa a todos e até daqui a uma semaninha!

Mata raishu (até para a semana)!


Deixo em vossa companhia um veado, com um ar muito suspeito (!!!), que encontrei em Nara. É um dos sítios onde se encontra o GRANDE Buda e, visto os veados serem os mensageiros dos deuses, então os veados andam à solta no meio das pessoas.

É muito engraçado. Mas essas histórias ficam para a semana, que tenho que ir para o avião!!

domingo, 1 de abril de 2007

Gomennasai!

Gomennasai, gomennasai, gomennasai, gomennasai, gomennasai, gomennasai!

Peço desculpa desde já (-_-;) de não ter continuado as minhas crónicas nipónicas nas 2 últimas semanas, mas estive com uma gripe que não me largava.

Não desistam de mim, vá! Acontece aos melhores...





quinta-feira, 22 de março de 2007

Oedo Onsen

Antes de mais há que tirar a dúvida da imagem deixada para divinhar, no último post.
Aquilo é um secador de mãos, daqueles que bufam ar quente, tão a ver? Pois, só que lá têm aquele aspecto suspeito :P
Tava eu no quarto de banho a abanar as mãos para elas secarem, quando vejo alguém enfiar as mãos naquela coisa. Prontos, aquilo sopra ar quente dos 2 lados. Ao menos, as mãos ficam completamente sequinhas. Mas faz muita impressão a pressão do ar. Depois, claro, esperei que não estivesse lá ninguém para tirar o raio da foto.... realmente, as figuras que um gajo faz para poder contar as histórias depois!

As onsen são nascentes de àgua quente, bastante apreciadas pelos japoneses, como já expliquei noutro post.
Encontram-se espalhadas pelo país fora, mas a grande concentração encontra-se à volta do monte Fuji. Só que, para aquelas bandas, os acessos são muito básicos e ou se conhece muito bem e se vai de carro ou então numa excursão.
Por isso, eu fui a uma em Tóquio. Só que lá é uma nascente artificial, mas não faz mal.

A Oedo Onsen fica em Odaiba, a baía de Tóquio. Recomendo irem ver o site.
Vai-se de monorail (aqueles comboínhos sem condutor) ou de barco. Como fiquei fã do sítio, fui das 2 formas.


Quando fui de barco, via-se o edifício de uma televisão, já não me lembro qual, que tem uma história muito engraçada. Tinha feito no ano anterior uma 'tour' a Tóquio e lá pelo meio explicavam as curiosidades.

Tão a ver aqueles espaços entre as várias pontes do edifício? Sim? Pois, aquilo tem uma lógica muito específica. Não, não é só pa
ra o estilo. Parece que, antigamente, passavam naquela zona dragões! E, por isso, o arquitecto teve a preocupação de pensar "e se eles voltarem?"... pois, não se podem esbarrar, então. Deixou aquelas aberturas param eles poderem passar!!!!!!... muito bom :)

Voltando à onsen. Cá fora, está-se rodeado de arranha-céus e viadutos e depois lá dentro é outro mundo, até outra época. Ah, ao lado da onsen também existe uma para cães! Ena.

Mal se entra temos que nos descalçar e deixar os sapatos num cacifo. A fita do costume.
Depois, escolhemos a duração da "estadia": pode-se ficar o dia to
do (das 11h às 08h do dia seguinte), só de manhã, só de noite, a partir das 18h (é metade mais barato, por isso fica cheio), a partir das 02h da manhã.
Pedem que se retire qualquer peça de joelharia e, quem tiver tatuagens não pode entrar. Os yakuza têm sempre tatuagens, assim é uma forma simples de evitar confusões.

Dão-nos uma fita de pôr ao
pescoço com um código de barras. De seguida, vai-se ao balcão dos yukata (fino quimono) e escolhe-se um (incluído no preço). São bem giros e há uma grande variedade. Dão-nos também uma toalha grande e uma pequena.

Passa-se para a zona dos cacifos. Bonitos, mais uma vez.
Larga-se lá a mochila e assim. Tem que se andar completamente descalço a partir daí. Dão-nos uma bolsinha para pôr o essencial. E não se pode levar mais nada, além das toalhas, claro. Ah, e por baixo do yukata, nada de roupa interior! É muito estranho ter que andar de "robe" sem mais nada no meio de uma data de gente...

Atravessa-se a "praça", que está decorada à maneira feu
dal, com lojas, restaurantes, diversões de feira. Os empregados estão vestidos também à maneira. Está muito engraçado.

Depois de dada a voltinha, pode-se ir para as massagens - separado quanto aos sexos, mas é engraçado que em ambos os lados são velhotas que fazem as ditas massagens. Excepto nas massagens com esguichos de água :) não percebi lá muito bem o que era, mas aí era uma senhora nova. Embora, qualquer uma das massagens fosse extremamente cara. Dava para espreitar, mas não experimentar.

Ou então vai-se para a zona dos banhos. Existe ao ar livre também e, aí é misto mas é obrigatório manter o yukata, por isso só se molham as pernas.
Dentro, é separado por sexos. Passa-se para outra zona de cacifos, onde se deixa tudo menos a toalha pequena. Entra-se na grande sala dos banhos, finalmente! Eu e as colegas com ia pusemos a dita toalhita a tentar taparnos...p
ois. Não dá. Tem que se andar em pelote!!! Para nós foi um bocado bicudo, apesar de só lá haver mulheres.... mas andar nua em frente a tanta gente? Meu deus, que cena. Tavam as velhotas todas a rir-se de sermos púdicas...
Que filme -_-;
De resto, uma pessoa fica extremamente relaxada. Fica-se ali um fim de tarde na conversa... Vai-se trincar qualquer coisa e volta-se. Há stands que nos lêem a mão, para lançar dardos, para pescar prémios, essas coisas.


Tem-se que tomar um duche à japonesa, lá naqueles banquinhos (ver post salas de banho). Depois de lavadinhos, podemo-nos deslizar para dentro de um dos tanques com àgua a 38º. Muuuuuuuito bom. Há uns baldes de madeira gigantes que são só para uma pessoa, se se quiser estar só. A toalha pequena é para encharcar de àgua e pôr na cabeça ou alguma parte do corpo que esteja ao frio.

Sempre que se efectua uma compra, quer nas lojas, quer nos restaurantes, passa-se o dito código de barras. No fim, já à saída, paga-se tudo.

Valeu a pena. Voltei lá umas 3 vezes.