segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Adivinhar 2


Desculpem de não andar a escrever muito ultimamente, mas com um exame de contabilidade à porta, fico com o tempo todo ocupado... infelizmente.

Mas deixo-vos com trabalho de casa, pelo menos :)




Tentem adivinhar a tarefa deste senhor que fica planta
do o dia inteiro, logo desde manhãzinha, com o seu cartaz e gravata.







Ele nem tem muita piada, dirão vocês.

E estas meninas, então?

Que é que elas distribuem?






quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

7 deuses da sorte

Toda a casa japonesa tem estatuetas ou máscaras ou peluches, o que seja com os 7 deuses da sorte. É imperativo para se ter sorte e protecção!

Por isso eu também trouxe umas estatuetazinhas atrás para pôr em casa e me proteger :P
E são bem pequeninhas porque eram bem caras...


São os Shichifukujin ('shichi'=7; 'fuku'=sorte; 'jin'=deus), d
euses da religião Shinto. Têm origem no Japão, na China e na Índia:

  1. Ebisu, o deus de origem japonesa, é o deus dos pescadores e do comércio.
  2. Daikokuten, de origem indiana, é o deus da riqueza e do comércio. Muitas vezes aparece junto a Ebisu.
  3. Bishamonten, também indiano, é o deus da guerra e do tesouro.
  4. Benzaiten, igualmente indiana, é a deusa da sabedoria, da música, das artes, da beleza e da literatura.
  5. Fukurokuju, de origem chinesa, é o deus da longevidade, da sabedoria e da felicidade.
  6. Hotei, também chinês, é uma figura gorda e feliz pois é o deus da alegria, da abundância e da saúde.
  7. Juroujin, igualmente chinês, é o deus da longevidade.
Ás vezes, conforme o local, a significação deles troca-se. Mas, resumindo, eles dão sorte à nossa carreira, a manter a família protegida, a nascer mais dinheiro e etc...
No ano novo, muitos fazem uma peregrinação a Kamakura para agradecer os deuses, indo de templo em templo, seguindo uma certa ordem.

Na casa onde fiquei hospedada em Tóquio, lá estavam eles! Mas não em qualquer lugar. Estavam dependurados na sala tipicamente tradicional de chão em tatami.



Nas pinturas, os deuses aparecem dentro do seu 'Takarabune' (=barco do tesouro) pois a tradição diz que eles chegam no ano novo para dar prendas fantásticas a quem merece. Há uns envelopes vermelhos com a imagem deles que se usam para dar prendas nesta altura.

Até num jogo da SNES aparecem: o "Pocky and Rocky 2" :)


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Keitai straps

"Keitai" quer dizer telemóvel em japonês.
E straps são aqueles acessórios que se dependuram neles, tão a ver?

É uma loucura por lá e há uma variedade parva!

Estes são os que eu tenho. Claro, não não dá para usar tudo ao mesmo tempo, por isso distribuo pelo porta-chaves e assim :)
São tão giros que não resisto...

Há os que já cá conhecem com as mascotes da Nici e assim, mas eles por lá fazem miniaturas de comida, de casas, personagens da história, amuletos, bonecos, de canivetes suíços, jóias... tudo! Vejam a loja Strap-ya, tem lá de tudo.



Para não falar da Hello Kitty, claro! Trouxe-os para
as minhas amigas e primas e foi um sucesso, pois a gatinha não aparece sempre com a mesma fatiota. É uma fartura!



Pelo que vêm na imagem de cima, eu ando carregada de straps, não é?

Mas se compararem com o pessoal lá do Japão eu diria que não ando assim tão carregada...







E nem sequer pude tirar fotos ao exagero de straps que vi.

Isto é o comum... Há que mostrar a fofura que existe dentro de nós :P
E viva os straps!

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

As Ryokans

Uma "ryokan"é uma pousada japonesa. Muito tradicional.

Os quartos têm "tatami" - chão coberto de peças e
m palha de arroz, com uma medida muito específica. Aliás, antigamente, quanto maior a quantidade de tatami no chão, maior a riqueza do proprietário. A única mobília é uma mesa baixa e tem portas de correr de papel de arroz, as "shoji". Dorme-se num "futon" (colchão japonês), previamente desenrolado pela empregada atribuída ao nosso quarto. Serviço personalizado.

Grande parte das ryokan têm uma sala de banho comum, existindo a separação de sexos. É 'comum' no sentido em que não é só para uma pessoa: de um lado é para todas as mulheres e do outro é para todos os homens. São autênticas estações termais, as salas de banho.

Tratando-se de salas de banho de uma ryokan e não das públicas, chamam-se "onsen" porque, na verdade,
são nascentes termais e as ryokans é que se construiram à volta destas. Mantêm-se as pedras e a vegetação, são quase como mini-piscinas só que de àgua a escaldar.

As salas de banho públicas existem nas cidades e, as pessoas têm gosto em ir lá tomar banho e relaxar. É um gosto antigo que ficou.

As ryokan funcionam em regime de meia pensão: o jantar é um festim de delícias locais e depois um simples pequeno-almoço tipicamente japonês. A descrição deste fica para outra altura, não posso dizer
tudo de uma vez, não é? :P

As refeiçõ
es são servidas nos quartos e, quando se termina a nossa empregada, sempre de quimono tradicional, levanta a mesa e depois desenrola o futon.
Cada quarto fornece um "yukata" ou quimono 'de a
ndar em casa' feito de algodão com motivos azuis e brancos. Muitos hotéis também os têm nos quartos.

Mesmo sendo estrangeiro, temos que respeitar as regras dos chinelos e do banho (ver posts anteriores): temos que retirar o calçado ao entrar na ryokan e calçar os chinelos que lá estão; dentro do quarto apenas se pode andar descalço para não estragar os tatami, por isso os chinelos ficam à porta do quarto; na sala de banho comum, também temos que nos lavar
em primeiro nos banquinhos disponíveis e só depois é que podemos ir para as banheiras.

As salas de banho japonesas são mais lugares de relaxamento do que propriamente de higiene pessoal: as pessoas ficam horas a conversar mesmo que se trate de um estranho, enquanto imergem nas várias banheiras quentíssimas.

Nalgumas também há as sala
s mistas: todos têm que usar uma toalha a tapar as "partes" ou um yukata, conforme o sítio.

Existem à volta de 65000 ryokans, das quais 1685 pertencem à Japan Ryokan Association. Embora os preços variem muito, considerando que existem ryokans de luxo, os preços encontram-se entre os 12000 yen (=78€) e os 20000 yen (=130€) por pessoa, com meia pensão, fora as taxas e o serviço.

Quem tenha o dinheiro mais contado pode sempre ficar numa pensão: existe o Japanese Inn Group que se especializa em acolher turistas estrangeiros.


Também existem os "minshuku", equivalente ao quarto de hóspedes. Em geral é um estabelecimento familiar que aluga os quartos da casa dos proprietários, muitas vezes em locais turísticos. é uma solução original para quem tem pouco dinheiro à disposição além de ter a vantagem de aprofundar a vivência do dia-a-dia de uma família japonesa.

Claro, não são nenhum luxo e não se trata de um serviço profissional. Um quarto num minshuku pode custar entre os (6500 yen=42€) e os (9000 yen=60€), com meia pensão de cozinha familiar.

Quando lá fui, insisti muito para ficar numa ryokan. Reservei pela net uma em Quioto. Mas foi uma desilusão completa com o que tinha afixado no site deles. O sítio era tradicional, sim. Mas a meia pensão foi por àgua abaixo, tal como a empregada personalizada ou a sala de banhos. É verdade que não foi nenhuma da dita associação, mas prontos. Foi só uma dormida num futon num chão de tatami. Mais nada. Chatice :(

Depois em Tóquio fui a uma onsen e foi muito fixe. Mas essa história fica para outra vez.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Love Hotels & ko-gals

Como em todo o lado, há hotéis só para a "brincadeira", não é?

A zona mais conhecida em Tóquio é o Red Light district em Shinjuku. No entanto, há mais zonas.
Shibuya é uma delas. Menciono Shibuya porque esta é uma zona "fixe", sempre cheia de juventude que quer ser 'cool', além ser uma zona de engate com estrangeiros e, juntando isto tudo, muitos anúncios e filmes são lá filmados, como por exemplo, o "Lost in Translation".

Os Love Hotel japoneses têm uma característica muita e
ngraçada: a decoração...
Entra-se pela garagem. A recepção não tem qualquer empregado mas sim um quadro de fotos luminosas dos quartos e uma máquina para se pagar com cartão. Tudo muito discreto, portanto.

O interior do quarto é decorado conforme as fantasias mais maradas: o mundo das corridas de carros, o castelo de princesas, um comboio, o mar e as sereias.... conseguem imaginar?
Não?
As paredes pintadas como se se estivesse no meio do mar, por exemplo; a cama em forma de carro ou castelo...

Os Love Hotel são prática corrente para ter um caso, visto a facilidade de anonimato.

Tem-se a opção de pagar por 3h ou por noite.
3h custa 3000 yen=25€ e uma noite custa 8000 yen=65€.

E depois existem os bares de "hostess" (hospedeira) para quem não quer brincadeira a sério: basicamente é um bar cheio de belas meninas vestidas com vestidos de gala que fazem companhia aos homens que lá entrarem. Encontram-se também cá fora à porta para os aliciar. Há ruas inteiras com porta sim, porta sim de 'hostess bares'. No entanto, fica mais caro que os hotéis: paga-se a entrada, paga-se uma bebida à menina que se dirige ao cavalheiro e só aí já vão uns 150€ e o desgraçado ainda nem pediu uma bebida para ele...

Mais barato é o chamado "delivery health"!
...Pois, a "saúde a domicílio" são hostess ou prostitutas, conforme a saúde que se for tratar, que se deslocam a casas. Em geral, são mulheres nos seus 20-30 anos que o fazem para poderem comprar a roupa e carteiras da moda. É muito comum.

Falta as 'ko-gals' agora.
No Japão, a tez nívea (como dizia o Camões para pele clara) é o máximo da beleza feminina. Ora a juventude do contra decidiu atirar-se aos solários e ficar o mais escuro possível. Que dá um laranja escuro, mas prontos.

Por isso, sempre que se vê uma rapariga com tez alaranjada, cabelo pintado e maquilhagem brilhantíssima (aberrante na minha opinião) os homens fazem uma cara de pateta alegre e as mulheres olham com má cara. Porquê?

Porque as ko-gal prostituem-se para serem rebeldes e para poder, mais uma vez, comprar roupas e carteiras de marca. Trata-se de raparigas entre os 15 e 25 anos e os clientes costumam ser homens casados, abordados nas ruas de Shibuya.

'Gals' é o diminutivo de 'girls' e 'ko' significa corcunda em japonês. Elas costumam sentar-se no chão em grupinhos e faz parecer uma data de corcundas - pelo menos, é esta a lógica do nome :)



sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Os chinelos e os japoneses

Como já devem ter ouvido, os japoneses descalçam-se assim que entram em casa. Aliás, as casas têm um desnível à entrada de forma a que mal se entre o pessoal se sente no degrau e deixe aí os sapatos.

Até concordo com a política deles, a casa fica muito menos suja. Mas eles não ficam por aí!!!! Ah, pois é.

Então, estamos dentro de casa todos contentes de chinelos até que... temos que ir ao quarto de banho - deixa-se os chinelos cá fora e, assim estamos a dar a i
ndicação de que está ocupado, lá dentro usamos os chinelos que lá se encontram à nossa espera. Imaginem se um gajo tá a rebentar e ainda tá com estas coisas...muito complicado :)

Saímos do quarto de banho, mesma fita. Eis senão quando nos lembramos de ir ao quintal... volta a deixar os chinelos do lado de cá e calçar os chinelocas (chinelos+socas - porque é uma mistura dos 2) que estão lá à nossa espera. Para voltar para dentro de casa, mesma fita.

E se tivermos visitas? À entrada, no armarito estão lá os chinelos para as visitas.
E há que descalçar o povo todo.

Ao visitar templos, ocorre o mesmo. Existe uma estante onde toda a gente deixa lá os sapatos. Não existe qualquer numeração, nem senha para guardar. Ninguém rouba, é simples.

O que eu achei mais piada foi no pronto-a-vestir e no cinema :)
Nas cabines de experimentar a roupa nas lojas, deixa-se o calçado em frente à porta/cortina para mostrar que tá ocupado. Assim lá dentro não sujamos. E os empregados insistem.

Aconteceu-me uma coisa engraça
da, uma vez. Ia eu experimentar uma camisola, para dentro de uma dessas cabines e a senhora insistia fortemente que eu não podia sem usar 'uma coisa' que eu não estava a entender. E foi uma fita para nos entendermos. Pois eu não entendia porque é que não podia experimentar nada quando as cabines tavam lá. Então o que era? Tão a imaginar uma gaiola como antigamente? Agora imaginem que é feita de pano e que não tem fundo.
Coloca-se em cima da cabeça e só depois é que se pode enfiar a camisola. Porquê? Porque assim qualquer cosmético que uma pessoa tenha na cara não fica na camisola, mas sim na gaiola. Escusa de se estragar um produto novo que se calhar nem vamos levar.
Foi um certo alívio quando percebi para que servia, mas foi de caraças tentar explicar à empregada que eu não uso absolutamente nada, nem cremes, nem maquilhagem. Foi um stress! E ela ficou chocadíssima...

Num animé que eu curto bastante, o Azumanga Daioh!, uma das personagens vira-se para uma colega com a novidade :" sabiam que os americanos andam em casa com os sapatos da rua? Que horror! E se pisam m%&$#?" E fica tudo chocado a olhar.

Fui lá ao cinema ver o "Troy", que pessoalmente achei muito mau sobretudo tendo estudado a Ilíada e a Odisseia. Além de que as japonesinhas se passaram todas com o Brad Pitt - na cena em que ele, ou o duplo não sei, aparece de rabiosque ao léu puseram-se todas aos gritinhos...enfim. A uma dada altura olhei para o lado e reparei que o pessoal tava todo descalço! Tinham-se todos desclaçado, com os sapatos arrumadinhos debaixo do banco! Não sei se é sempre assim ou se f
oi um acaso, mas achei montes de piada. Além de que não cheirava a cholézinho - em nenhum dos lados em que o pessoal se descalça, não sei, devem ter um segredo para aquilo :P

E pessoal a dormir nos bancos de jardim? Tudo com os sapatos tirados!







quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Oferecer presentes ($€)

Antes de entrar no tópico de hoje, queria só mencionar um 'à parte' que me esqueci de dizer ontem.

A palavra 'esposa' em japonês diz-se "oku-san" que literalmente significa 'pessoa que vem atrás'. Como referi ontem, tradicionalmente, a mulher deve andar a 10m de distância do marido.

Os japoneses quando entregam dinheiro a alguém, quer se trate do ordenado, duma prenda ou de entregar apenas, metem-no sempre dentro de um envelope. Pois o dinheiro é visto como algo 'sujo'. Vá-se lá entender...


E, como há várias situações em que se oferece dinheiro, também existem vários tipos de envelope, os "noshibukuro". As situações são as seguintes:


  • "Otoshidama": no ano novo, os pais (ou resto de família) dão dinheiro aos pequenotes.
  • "Nyuugakuiwa": no 1º dia de aulas, todos os anos, também se dá dinheiro.
  • "Sotsugyouiwa": presenteia-se quem acaba uma etapa de escolaridade (primária, ciclo, secundária, universidade).
  • "Kekkoniwa": presente para quem se casa.
  • "Shussaiwa": oferece-se a quem está para ser pai/mãe.
  • "Ochuugen": em julho ou em agosto, conforme as localidades, dá-se às pessoas a quem se deve favores, tipo médicos, professores, chefe... sortudos!
  • "Oseibo: o mesmo que acima, mas em dezembro.
  • "Okouden": oferece-se a quem lhe faleceu alguém próximo.
  • "Omimai": dá-se a quem esteja doente.
Os envelopes para casamento têm as fitas viradas para cima, vermelhas e brancas ou douradas e prateadas.

Os envelopes para ceromónias comemorativas têm fitas em laço, vermelhas e brancas ou douradas e prateadas.

Os envelopes para funerais têm as fitas para cima, pretas e brancas.

Ainda recebem dinheiro montes de vezes, não acham?

Deixo-vos aqui um bónus de en
grish, visto que o assunto hoje foi pequeninho.



quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

O dia de S. Valentim

Vamos por passos. Penso que é importante de falar do amor no Japão antes de explicar o S. Valentim.

Amor em ja
ponês diz-se 'Ai' ou 'Koi' e definem-no como:
  • "um sentimento de dor que se sente quando nos sentimos fortemente atraídos por uma pessoa com quem não é possível viver junto" ou
  • "o estado confuso que desencoraja o espírito de iniciativa como se se tratasse de fios completamente enmaranhados"... Eles lá sabem.
Se formos a ver, o Japão é uma sociedade de casamentos arranjados, os "Omiai Kekkon". Porque quando uma mulher chega aos 25 e ainda não se casou é catástrofe nacional!!! Os pais dirigem-se a uma agência matrimonial para lhe tratar do assunto... Os encontros são arranjados pelos agentes e "fiador" da pessoa, em restaurantes.

Ainda hoje funciona assim: as mulheres vão para a universidade não para seguir uma carreira, mas para conhecer o futuro esposo. Meu deus... Mesmo quando vão trabalhar, é para conhecer um pouco do mundo, mas assim que encontram o "eleito do seu coração" casam-se e deixam de trabalhar. Isto explica porque é que existem muitas secretárias, mas quanto a postos superiores, não há mulheres. Com algumas excepções na indústria dos cosméticos, hoje em dia. E por conviverem pouco com homens (e vice-versa), há uma dificuldade em compreender o sexo oposto - aí as ditas agências fazem o atalho para se conhecerem.

Na família onde estive hospedada no Japão, tinha acontecido exactamente como referi acima quanto ao casal. A filha já dizia querer seguir uma carreira em vez de criar família, mas que tinha que escolher entre um ou outro... O casamento não é uma esc
olha na vida, mas sim a escolha de um modo de vida.

As mulheres têm receio de não encontrar um esposo, pois há cada vez mais com o desej
o de seguir uma carreira. Uma minha conhecida japonesa que acabou agora o curso, está triste porque vai ficar para tia. Ou o trabalho ou o casamento. Tudo porque os homens japoneses não gostam das mulheres inteligentes, gostam que sejam submissas e que tratem do domínio delas - a casa e os filhos. Pois... E assim que se fica grávida, o empregador força a mulher a pedir a demissão!

Isso deve explicar porque é
que quando há casais estrangeiros com japoneses, é sempre ela japonesa e ele estrangeiro e nunca o contrário. Incrível. E para o engate? Nunca metem conversa com alguém que não lhes tenha sido apresentado...é complicado, pois. Além de que nunca se deve olhar para ninguém desconhecido directamente nos olhos, pois é muito mal educado! Muito complicado o engate, definitivamente...

Os japoneses são extremamentes reservados quanto ao afecto. Para já, em público não se demonstra: se uma menina receber uma beijoca na bochecha, é logo uma p*#%! E dar as mãos ou outras coisas, tão a ver.... nós, realmente, somos muito ousados. Pergunto-me o que eles acham dos filmes americanos, que retratam tanto o "afecto"....

Quanto aos encontros, os homens estão à espera de mulheres tímidas, que precisem de ser protegidas, submissas e de poucas palavras - isso é uma mulher com respeito!

Desculpem estar-me a
esticar tanto quanto ao papel dos homens e das mulheres, mas acho importante antes de chegarmos ao dia dos namorados, para entenderem como eles funcionam.

Existem 2 tipos de amor bem distintos: o amor-paixão, "seiai", e o amor-romântico, "renai".
Como as esposas são as mães dos filhos e por quem sentem "renai", os homens sentem necessidade de procurar a paixão/sexo por fora.
** Note-se que acho isto uma grande lata e bastante machista, mas é assim que funciona lá**
E só se torna adultério se o homem se apaixonar, pois interfere com o "renai" ou quando a mulher come por fora e é descoberta!!! só nesses casos é que funciona pedir o divórcio...
É mesmo preciso ter
lata! Definitivamente, os homens japoneses não são para mim. Já tão avisadas da coisa. Os homens procuram o sexo fora do casamento sem se sentirem culpados pois é de bom tom as suas mulheres ficarem indiferentes a isso! ...Era eu, era, que conseguia ficar indiferente.

Desculpem t
ar a dar tanta opinião, mas esta tradição põe-me fora de mim. Nos tempos feudais, o adultério por parte do homem não mudava nada, mas se fosse por parte da mulher, a desgraçada levava com a pena de morte...
Tradicionalmente,
a esposa deve caminhar a 10m do marido, na rua! O casal da casa onde fiquei ainda fazia isso, mas com menos espaçamento. Ele ía sempre à frente.

Hoje em dia, as esposas fazem muito viagens (sozinhas ou com as amigas, supostamente) e os maridos não têm nada a haver
com isso - facilidade para elas se desforrarem também...

Em 1993, o príncipe Naruhito casa-se com Masako, com quem namorava há 7 anos. A família imperial era contra sobretudo por ela ser uma mulher independente e moderna! E, claro, também não era de sangue real. A família real comentou:" é uma mulher qu
e gosta de independência e, quando andou em Harvard comportava-se como se as mulheres tivessem igualdade aos homens! É necessario pô-la no caminho certo..."!!!!! Agora entendo porque é que a desgraçada teve uma depressão e não dava filhotes.

Sabem como surgiu a celebração (comercial) do S. Valentim no Japão?
Foi introduzido em 1958 pela pastelaria-chocolateria Mary's, depois do patrão ter recebido um postal do filho dos EUA a explicar o dia 14 de fevereiro, sugeriu num slogan que "é o único dia em que a mulher pode declarar a sua chama ao homem que ama oferecendo-lhe chocolate!". E colou.


As datas românticas no Japão são o dia de S. Valentim, o dia Branco (14/03), o Natal e Tanabata (julho e agosto).

Existem 2 tipos de chocolates a oferecer no dia de hoje:
  • os "honmei-choco" = chocolates caseiros e delicadamente embrulhados a oferecer ao homem que se ama, e
  • os "giri-choco" ('giri'=obrigação) são chocolates comprados e oferecidos aos homens à nossa volta como agradecimento da sua ajuda e gentileza. É uma forma dos outros não se sentirem excluídos.
Embora muitos recusem por causa do Dia Branco. Pois é. Mas essa explicação fica para o dia 14/03! Só vos posso dizer que eles cumprem o Dia Branco.

O dia de natal é para os homens se declararem. Visto que eles não
são católicos, não faz sentido celebrarem o natal como nós. É mais um evento comercial à S. Valentim.

O Tanabata é uma festa que celebra a união ou encontro de 2 estrelas: a Orihime (Veja) e a Hikoboshi (Altair). Celebra-se em Hiratsuka no mês de julho e em Sendai no mês de agosto.
O tradiocional dia das declarações.


Também acho engraçado existirem as festas da fertilidade que celebram os órgãos sexuais e o estímulo do sexo. Fazem rezas para ter uma boa procriação:

  • na Tagata-jinja Hounen Matsuri, falos enormes em madeira são transportados e exibidos durante a festa, a 15/03 na província de Aichi,
  • na Tsuburusashi para ter boas colheitas representa-se um deus masculino segurando um falo de madeira e uma mulher dança e toca o sasara (instrumento musical), a 15/06 na província de Niigata, e
  • na Onda Matsuri, onde após a cerimónia da plantação do arroz faz-se uma peça que representa um casal a ter sexo, no 2º domingo de fevereiro em Nara.
Esperam que tenham gostado e bom valentim!

Deixo-vos aqui o origami com o nó dos ama
dos/namorados. Dentro põe-se uma mensagem e, se alguém abrir percebe-se logo pois não há maneira de voltar a dobrar da mesma forma:

Boa sorte!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Salas de banho

Desculpem a demora... muuuuito que estudar ultimamente...

Quer se trate de uma casa tradicional, quer de uma moderna, as casas japonesas têm um quarto de banho e uma sala de banho. Parece esquisito, não é?

Como dá para ver pela imagem, a casa de banho é constituída por 3 partes: o lavatório e o banho, e a sanita.

Fiz esta separação pois quando se entra para o lavatório, tem outra porta para a sala de banho. A sanita encontra-se num quarto de banho à parte, em geral, fica logo à entrada de casa.

A imagem do lado esquerdo é o espaço para se tomar o banho, sentado no banquinho e utilizando o chuveiro.

A imagem do lado direito mostra a banheira - que não é
para tomar banho no sentido de lavar. Após o banho tomado ali do lado esquerdo, vai-se para dentro da banheira, enchida com àgua a escaldar até cima. E, embora vos pareça uma banheira baixinha, enganam-se! Pois é bastante profunda. Uma pessoa lá sentada fica com àgua até ao pescoço!
Dá para ver pelo bonequinho, não?

Digo-vos, é extremamente relaxante, após tomar banho, ficar na banheira a fazer sauna.
Eles fazem isso no dia-a-dia. Imaginem o tempo
que cada um demora a tomar banho...

Nos hotéis, para poupar espaço, põe a banheira e o duche junto. Normal, dir-me-ão vocês. Pois, mas a banheira é montes de alta de forma a uma pessoa utilizá-la com àgua até ao pescoço, como vimos. É muito complicado entrar e sair dessas banheiras... então, eu que sou baixinha :) E daí, os japoneses também não são exactamente altos, mas prontos, eles lá se amanham.

E a tampa para que serve? Pois, isso é que eu já não acho tanta piada...
Como é um grande desgaste de àgua e quente, a tampa tapa a dita àgua.
Pela ordem: 1º é o pai que toma banho, depois os filhos e, por último a
mãe.
E dirão vocês "beurghc!". Mas o pessoal já tomou banho antes, tá tudo lavadinho.
Pois, mas a mim faz-me impressão na mesma pensar nisso. Não acham?
... Tradições.

A sala do banho está ambientada para 24º ou mais e, apesar de ter janelas de taman
ho normal (não daquelas pequeninas) há sempre umas árvores estratégicamente bem colocadas em frente. Puro relaxar.
Deixo aqui mais exemplos de banheiras e salas de banho, para se entender melhor.

Estão a ver sempre o dito banquinho? E também uma bacia de madeira, não é? Serve para atirarmos àgua para cima de nós, sabe bem. Claro, hoje temos o chuveiro para isso. Mas usava os 2 ao mesmo tempo e tinha sempre os pés também dentro de uma bacia com àgua quente. Muito boas essas
banhocas!

E os quartos de banho então?
Pois, nem sempre são como os nossos.
Os das casas têm aquelas sanitas
super-sónicas de que já falei :P Os dos centros comerciais e restaurantes também.

....Mas e no metro, nas lojas normais,
nos museus, nas estações de serviço?
Não há sanita para ninguém! Pois é. Basicamente é um buraco no chão! Ou "à caçador", ou "à turco" como se diz nalguns sítios.
.... É muito complicada a coisa... sobretudo para nós, mulheres... muito mesmo. Bem, eles lá puseram uns tubos fixados na parede para o pessoal se apoiar.

Se bem que, o pessoal por lá tá habituado a esta faceta desde sempre, por isso não têm problema nenhum em usar os ditos buracos. Nos museus e estações de serviço, há tipo 10 'buracos' e 1 sanita. É complicado...

Mas assim já estão avisados!

Não sei se sabem, mas os japoneses têm regras muito específicas quanto ao S. Valentim.
Pois é. Amor também leva regras. Mas isso, fica para amanhã!