
Antes de chegarmos ao dito chá, vou responder ao post anterior que deixava uma pergunta em stand-by.
O fulano com o cartaz o dia todo é um agente de imobiliário que faz publicidade assim na rua, da zona em questão. Quer faça chuva, quer faça sol, lá está ele. Demorei um pedaço a entender o seu propósito. Coitado. Deve haver meses inteiros em que ninguém se dirige a ele, digo eu.
A menina de mini-saia não é mais do que uma distribuidora de lenços. Pois é.
As meninas de roupa justinha estão a distribuir preservativos! Essas, sim, estão vestidas à maneira :P
E a menina do microfone está a fazer publicidade a uma operadora de telemóveis, a "Au". O laranja é a cor deles.

Voltemos então ao chá.
Não sei se já ouviram falar do Daruma (uma espécie de amuleto)?
Conta a lenda que um grande apóstolo indiano do budismo, o Daruma (lê-se 'darumá'), foi à China pelo século VI e para os montes foi meditar.
Envolto em contemplações místicas era lhe proibido dormir. Esteve, então, anos sem dormir. Esteve tantos anos sentado na mesma posição que se lhe gastaram as pernas. Daí a forma do amigo vermelhinho aqui ao lado. É a figura da cabeça e tronco, com os braços aconchegados para dentro e sem pernas, envolvido por um manto vermelho.
Claro que

As pálpebras, por milagre, ganharam raíz e daí nasceu uma bela planta nunca então vista. As suas folhas, tratadas de infusão pela água quente, tornaram-se um remédio contra o sono e o cansaço.
E assim nasceu o chá! Que em japonês se escreve 'cha' e se lê 'tchá'. A palavra portuguesa vem de lá. As outras línguas vindas do latim dizem todas 'té' - em espanhol, italiano, francês - menos nós. Aí está.
Reparem que o Daruma não tem os olhos desenhados.


Também existe a sra. Daruma, mas não sei qual a lenda para ela.
Li esta história no livro "O culto do chá" do nosso amigo Wenceslau de Moraes. Falarei dele pois contribuiu para a divulgação da nossa cultura com os japoneses e vice-versa (finais século XIX), mas isso fica para outra altura :)
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